Líderes de torcidas de autistas de Flamengo e São Paulo se encontram no Morumbi

Rôsangela Barbosa e Marcos Felipe Leal trocam camisas e levantam juntos a bandeira da inclusão

Avelino Júnior
Foto: Arquivo Pessoal

A oito dias do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, entre Flamengo e São Paulo líderes das torcidas Autistas Rubro-negro s e Sou Tricolor Autista se encontraram em frente ao Morumbi na tarde do último sábado.

Rôsangela Barbosa, mãe do pequeno João Pedro, foi a representante da Sou Tricolor Autista, enquanto Marcos Felipe Leal, pai dos adolescentes Felipe e Gabriela, marcou presença pela Autistas Rubro-negro s. Felipe e João Pedro inspiraram os apaixonados papais a criarem suas respectivas torcidas. Apesar das cores diferentes, Rôsangela e Marcos Felipe levantam a mesma bandeira, a da inclusão. O encontro em frente ao Morumbi teve dois objetivos: promover a paz e defender que pessoas com deficiência tenham dignidade e conforto nos estádios de futebol.

O gesto mais simbólico no combate à violência foi a troca de camisas. Rôsangela vestiu a camisa dos Autistas Rubro-negro s, e Marcos Felipe, a do movimento Sou Tricolor Autista.

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"A algumas horas de uma grande final, nós do movimento Sou Tricolor Autista, tivemos a oportunidade de encontrar a torcida inclusiva do Rubro-negro . O intuito de levantarmos a bandeira da torcida adversária foi demonstrar que, mesmo dentre nossas diferenças, temos que promover a cultura de paz nos estádios." Não precisamos nos matar porque torcemos para clubes diferentes. Pelo contrário: a união entre as torcidas pode mudar o mundo. E nós, com o movimento das torcidas inclusivas no Brasil, temos como propósito erguer a bandeira da inclusão. Da verdadeira acessibilidade! Vamos, São Paulo afirmou Rôsangela.

Marcos Felipe fez coro às palavras de Rôsangela e destacou que, durante seus encontros em São Paulo, ele e representantes de outras torcidas inclusivas manifestaram oposição à questão da torcida única nos estádios. "Ideia através desse encontro com a Rô, do Tricolor Autista, e de encontros com o pessoal do Palmeiras e do Corinthians é que a rivalidade é o que menos importa. Que é possível você torcer por times diferentes, mas com muito respeito, amizade e carinho. Isso não altera nada a questão dos nossos planos e sonhos em relação à inclusão finalizou Marcos."

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