Flamengo anula resultado da votação que proíbe a candidatura de políticos
"Foi um golpe, só não teve tanque de guerra", disse Bandeira de Mello que não gostou da decisão
A votação sobre a elegibilidade de pessoas com cargos públicos concorrendo à presidência e à vice-presidência geral do Flamengo foi suspensa. Após o Conselho Deliberativo confirmar o veto à proposta que proibia o "acúmulo" de cargos, a decisão inicial foi cancelada. O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, manifestou sua insatisfação com a situação.
"Antes dessa sessão do conselho, vocês tinham me perguntado o que eu achava disso. Eu falei que era um golpe. Efetivamente era. Achei que era só um golpe estatutário, mas foi muito mais. A emenda foi apreciada, votada, ganhamos de 80 a 20, todo mundo viu isso, o presidente do Conselho Deliberativo declarou o resultado e aí foi pressionado com violência, tomaram o microfone da mão dele. Aí se viu obrigado a anular a sessão", disse o ex-presidente do Flamengo, Bandeira de Mello.
O ex-mandário disse ainda que tal decisão trata-se de um golpe que tenta mudar a deliberação do Conselho do Flamengo, feita de forma democrática.
"Foi um golpe, só não teve tanque de guerra. Ato de violência para tentar mudar a decisão democrática do Conselho do Flamengo. Se não fraudarem a ata da reunião, tem a gravação do presidente do conselho. Não sei o que vai acontecer. Vão convocar outra reunião? Nós ganhamos, os conselheiros manifestaram a opinião, mas infelizmente foi manchado", finalizou Bandeira.
A decisão de anulação foi tomada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Alcides, que se comprometeu a realizar uma nova reunião para uma votação por cédulas. A polêmica surgiu devido à forma como a votação inicial aconteceu, com a situação,derrotada, alegando que a contagem "senta e levanta" não foi precisa, enquanto a oposição, vencida por Eduardo Bandeira de Mello, afirmou que a vitória foi "de goleada" .
Além da anulação da votação, a noite também testemunhou outras duas votações de grande importância. A proposta de ampliação do mandato dos presidentes do Flamengo para quatro anos não foi aprovada por unanimidade, o que significa que os eleitos ainda permanecerão no cargo por três anos, com a possibilidade de uma reeleição adicional de três anos. Por outro lado, a proposta que tratava da exigência de planejamento de orçamento trienal foi aprovada por unanimidade.