STJD analisa reabertura de caso envolvendo Bruno Henrique e possíveis sanções
STJD pode reavaliar situação de Bruno Henrique após indiciamento pela Polícia Federal

A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique por suspeitas de forjar um cartão amarelo durante o jogo entre Flamengo e Santos, em 2023, gerando repercussão no meio esportivo. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) havia arquivado o caso anteriormente, alegando falta de irregularidades no relatório.
No entanto, com novas evidências surgindo, o procurador-geral do STJD, Paulo Emílio Dantas Nazaré, solicitou à Polícia Federal acesso ao relatório e às provas coletadas até o momento, o que pode resultar na reabertura do processo e na imposição de sanções a Bruno Henrique, incluindo possíveis suspensões nos jogos do Flamengo.
Repercussão e Possíveis Medidas
Considerando casos similares, há fundamentos para requerer uma suspensão preventiva do jogador de acordo com o Regulamento Geral de Competições da CBF, podendo iniciar com uma suspensão cautelar de até 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Em caso de condenação, a pena final pode chegar a até 720 dias, com base em precedentes, estabelecendo um mínimo de 360 dias.
O Flamengo, por sua vez, informou que não recebeu nenhuma comunicação oficial por parte de autoridades públicas em relação ao caso envolvendo Bruno Henrique. O clube reforçou seu comprometimento com as regras de fair play desportivo, ao mesmo tempo que defende a aplicação dos princípios constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal, valores essenciais do estado democrático de direito.
Desdobramentos e Contexto
Além das questões desportivas, Bruno Henrique ainda pode enfrentar processos criminais decorrentes do indiciamento pela Polícia Federal, com o Ministério Público do Distrito Federal investigando o caso. A CPI do Senado, que investigou manipulação de resultados, criticou o arquivamento prévio do processo pelo STJD, considerando-o precipitado e apontando falhas no sistema brasileiro de futebol para lidar com crimes dessa natureza.
O relatório da CPI destacou que o STJD poderia ter aguardado mais informações das autoridades públicas antes de arquivar o caso. A decisão de 2024 do STJD ressaltou a falta de indícios de benefícios econômicos para o atleta em questão, diante da mínima relação dos possíveis lucros de apostas com o salário mensal do jogador.
Diante desse cenário, o desfecho do caso de Bruno Henrique permanece em aberto, suscitando debates sobre a eficácia dos órgãos desportivos e judiciais no combate a irregularidades no futebol brasileiro, bem como a importância da transparência e rigor nas investigações de condutas antiéticas no esporte.