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Rodolfo Landim: Conselheiros do Flamengo pedem abertura de CPI contra presidente

A oposição, que tem Bandeira de Mello, pede CPI para apuração de pagamento de multas rescisórias

Foto: Reprodução Apesar de muito contestada por conta dos fracassos de 2023, a gestão de Landim ainda é elogiada por conta das conquistas de duas libertadores, dois campeonatos brasileiros e uma copa do Brasil em cinco anos

Um grupo composto por 23 conselheiros do Flamengo tomou a iniciativa, nesta sexta-feira, (6), de protocolar no Conselho Deliberativo do clube um requisito solicitando a abertura de uma Comissão Provisória de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar uma possível infração estatutária por parte do presidente Rodolfo Landim.

A principal questão em foco é o valor gasto nas multas rescisórias de técnicos, que sob sua gestão já totalizou R$ 46,5 milhões.A administração do Flamengo, por sua vez, alega não haver justificativa para a abertura do inquérito e considera que isso representa um ataque direto ao clube.

Os ex-presidentes Eduardo Bandeira de Mello e Márcio Braga, que se uniram para formar uma chapa de oposição na próxima eleição do Flamengo, juntamente com os conselheiros Walter Monteiro e Ricardo Hinrichsen, ambos ex-candidatos à presidência do clube, são signatários de um documento.

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Nesse documento, o grupo aponta Rodolfo Landim como o responsável intransferível pelas decisões de contratação, demissão, recompensa e sanção aos funcionários do Flamengo. Eles argumentaram que isso constitui uma infração disciplinar com base no segundo parágrafo do artigo 69 do Estatuto do clube, que estabelece o seguinte:

§ 2º - os presidentes e vice-presidentes dos Poderes do FLAMENGO respondem pelo abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, bem como pelos prejuízos e atos lesivos ao patrimônio e imagem do FLAMENGO, que causarem quando procederem com culpa no desempenho de suas funções, nos termos do art. 50, do § 2º do art. 1.011 e do artigo 1.016, todos do Código Civil, inclusive com a sujeição de seus bens particulares e mesmo após o término de seus mandatos.

O valor expressivo de quase R$ 50 milhões gastos em multas rescisórias é alvo de questionamentos por parte dos autores desse documento, que destacam uma média de um novo técnico a cada seis meses sob a gestão de Landim. Nesse período, nove treinadores passaram pelo comando do Flamengo: Abel Braga, Jorge Jesus, Domenec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior, Vítor Pereira e Jorge Sampaoli, este último demitido na semana passada.

Os conselheiros apontam falta de transparência nessa questão, pois os números oficiais não são conhecidos.

Além disso, o documento critica a decisão de Landim de manter o vice-presidente Marcos Braz à frente do Departamento de Futebol do Flamengo, considerando isso como um “evidente desacerto”. A recente briga entre Marcos Braz e um torcedor em um shopping no Rio de Janeiro também foi mencionada. O requisito para a abertura da CPI foi protocolado e agora aguarda análise por parte do Conselho Deliberativo do clube.

Leia a nota oficial do Flamengo sobre o pedido de abertura de uma CPI:

"Esse é mais um ataque da oposição que, tentando ferir a gestão atual, ataca o próprio Flamengo.

Não cabe inquérito por conta de pagamento multa rescisória decorrente de demissão de treinador, porque, pelo Estatuto do Flamengo, a admissão e a demissão de treinadores são prerrogativas do presidente do Clube. Todos sabem, no Flamengo, que o presidente do clube tem plenos poderes estatutários em relação a contratos e distratos de prestação de serviço do Futebol. Podemos até, um dia, mudar o estatuto, mas desde sempre foi assim e só mesmo ataques políticos patéticos e oportunistas podem justificar esse pedido de inquérito.

É bom que se diga que, se fosse possível abrir inquérito, deveria ser aberto em face à gestão anterior do clube, que demitiu o treinador Dorival Júnior em 2013 (um dos 14 treinadores da gestão anterior) e não pagou a multa rescisória devida, gerando uma indenização de aproximadamente 14 milhões de reais (em valores históricos), que teve que ser paga em 2020 pela gestão atual. Ou seja, a maior indenização de treinador paga por esta gestão foi derivada da inépcia da gestão anterior – e não se viu pedido oportunista de inquérito.

Aos Rubro-negros, fica a mensagem que a hora agora é de trabalho árduo para retomar o caminho das grandes vitórias as quais nos acostumamos nestes últimos quatro anos. Chega de politicagem pequena. O Flamengo é muito maior do que isto."

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