Flamengo: Implicações se acordo pelo terreno do Estádio não for assinado
Descubra o que pode acontecer se Flamengo não assinar acordo pelo terreno do estádio.

A situação em torno do tão sonhado estádio próprio do Flamengo traz um impasse que vai além do remanejamento da estação de gás no terreno. O principal obstáculo está no acordo pendente com a Caixa Econômica Federal, gestora do fundo privado que antes era proprietário da área do antigo Gasômetro, desapropriada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A não assinatura desse termo, adiada por 90 dias a pedido do presidente Bap, impede que o clube seja reconhecido como dono da área.
Se a diretoria do Flamengo optar por não assinar o acordo, a tomada de posse do terreno realizada em outubro do ano anterior seria anulada. Isso acarretaria no cancelamento do acordo com a Caixa, mediado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Prefeitura do Rio, reiniciando assim uma disputa judicial pelo Gasômetro.
Consequências da Não Assinatura
No cenário de desfazimento do acordo, o Flamengo estaria isento de pagar os R$ 23,9 milhões restantes parcelados para concluir o negócio. Além disso, a prefeitura não relocaria mais os Cepacs do Gasômetro para outras áreas da cidade administradas pela Caixa, aliviando os cofres Rubro-negros dessa despesa.
Caso o imbróglio retorne à esfera judicial, o clube teria que aguardar o desfecho entre Caixa e prefeitura referente à desapropriação. Uma nova mediação, envolvendo a prefeitura e a AGU como fez anteriormente em apoio ao Flamengo, poderia ser necessária. A postura do clube diante desse retorno ao litígio poderia afetar sua força política.
Possibilidade de Reaver Investimentos
O Flamengo desembolsou R$ 146 milhões para adquirir o terreno, dos quais R$ 138,2 milhões foram pagos em leilão e os R$ 7,8 milhões restantes após avaliação técnica. Reaver esse montante exigiria acordos com a Caixa e a Prefeitura do Rio, sendo esta última relutante em reverter o negócio.
A anulação da compra requereria aprovação em reunião do Conselho Deliberativo, seguindo um processo semelhante à aprovação da compra em julho do ano anterior. Além disso, os valores investidos na elaboração do projeto e estudo de viabilidade técnica do estádio não seriam passíveis de reembolso, uma vez que o serviço foi entregue.
Riscos Associados à Não Assinatura
O pedido de adiamento não implica necessariamente na não assinatura do acordo pelo Flamengo. Nos bastidores, não há indícios de que o clube abdique da assinatura. Oficialmente, o clube se mantém em silêncio sobre o tema até reunir todas as informações consideradas cruciais para o projeto do estádio, incluindo um novo estudo de viabilidade com a Fundação Getúlio Vargas.
O presidente Bap ressalta a importância de um estudo de viabilidade financeira sólido para embasar a construção do estádio, visando preservar a performance esportiva do clube e evitar endividamentos excessivos. Com passos definidos para um novo estudo e debates com a Prefeitura do Rio, a gestão atual busca conduzir o projeto de forma prudente, sem precipitações.